A dor de ser igual
Nós passamos tantos anos da nossa vida, tentando agradar os outros, sendo aquilo que de fato não somos, simplesmente para ser aceitos, porque culturalmente a sociedade diz que é assim e, o que vão “pensar de mim” se for diferente?
Há quem diga que isso é uma grande bobagem, que coisa de gente fraca. Ok! Mas duvido que na vida, alguém nunca teve que “engolir um sapinho” assim.
Certo dia acordamos, ou na hora de dormir (este foi o meu caso), olhamos em volta e passamos a perguntar: O que de fato me pertence? Onde eu pertenço? O que me representa?
Neste momento estou sim, falando de coisas materiais: um quadro, um livro, uma música, uma foto, uma profissão, uma comunidade, etc., etc., etc.
Parece banal, mas vejo, hoje através dos meus amigos, alunos, ou dos tantos atendimentos de coaching que faço, que as pessoas querem mudar. Querem ser, fazer, ter, diferente do que eram, mas porque isso, passou a incomodá-las tanto nesse momento?
Simplesmente porque nada daquilo de antes era de fato “ela” e, quando vivemos uma “realidade” que não nos representa, não conseguimos suportar essa “falsidade” no momento que a maturidade bate a nossa porta. Ela nos cobra conhecer quem realmente quer ser, ou já se “é”.
Aí, tantos sentem-se estranhamente tristes, impacientemente sufocados, cansadamente desanimados, sem forças para seguir, sabendo que existe algo errado, sem entender o que. Enquanto isso, a sociedade cobra, te chama de fraco, frescurento, ou preguiçoso.
Num lampejo de clareza, tenta aceitar quem realmente é, ainda confuso, mas passa a fazer coisas, assumir posições, ter opiniões e, de repente, aparecem as críticas. Nessa hora, algumas pessoas cruelmente também frustradas, diminuem o seu verdadeiro valor dizendo algo que te coloca no “chão”, verdadeiros bullyings, ou como tecnologicamente usado, os haters (odiadores da Internet).
Por alguns momentos, você até se sente pequeno mesmo, incapaz. Outros assumem isso para a vida toda, absurdamente abandonam a si, vivendo da mediocridade de uma vida que agrada somente aos outros. Porque acreditam nos valores que não são realmente os seus.
Mas para alguns, o desconforto é tão insuportável (como tem que ser), entendem que algo está errado, impossível viver uma vida tão miserável (peço licença para usar esse termo, não no sentido da pobreza financeira, mas de uma vida pobre de prazeres e paixões), e passa a procurar ajuda. Conversa com um amigo, procura um profissional, psicólogo, terapeuta, coach, mentor, uma pessoa confiável da família, livros, textos, vídeos, para tentar achar respostas, caminhos para algo que ainda é tortuoso demais.
Quando esse “personagem” de fato vai embora?
Nunca, na verdade, nossa vida é feita desses “sapos” que precisamos engolir porque fazemos parte da sociedade, vivemos em comunidade, e isso implica ter empatia, se colocar no lugar do outro, aceitando, respeitando e admirando o outro como ele é, as vezes, até precisando imitá-lo para se manter num determinado ambiente (estes possuem regras que devem ser seguidas).
Mas quando passamos a ter autoconhecimento, suficiente sobre quem realmente somos, o que nos desagrada, aquilo que nos faz sentir prazer, ou dor, começamos a entender o nosso mapa pessoal. Percebendo que esse personagem, tem o seu papel em nossa vida, mas não é ele quem dita nossas preferências.
Nesse momento começa a entender que sua opinião, mesmo quando solicitada, ou quando exposta espontaneamente, te coloca em posição quente ou fria, e que uma temperatura, perturba a outra. Aí se percebe que realmente saiu da mediocridade, saiu da média, deixou de ser morno, quando se recebe críticas sobre aquilo que faz, fala, usa, pensa, deseja, escolhe, vive, é de fato porque passou a viver sua vida com a realidade que te representa. Que os outros são os outros, nas realidades verdadeiras ou falsas deles.
Por isso deixo duas regrinhas básicas, porém muito valiosas para executar:
- Autoconheça-se, descubra quem é realmente, se gosta ou não de algo: Pergunte-se!
- É seu momento, permita-se ser egoísta sentindo prazer, então: Faça o que fizer, mas quando fizer, faça com PAIXÃO!
Priscila Maluzza Pissinato
Metasucessos